sábado, 14 de janeiro de 2012

[CONSCIÊNCIA] RAÍZES CORTADAS?

Crianças da tribo Guarani situada em Parelheiros, SP - Rômulo Spuri 
lavagem cerebral a nossa nação sofre pode ser bem observada no abandono de suas raízes. Muito idolatramos  o que vem de fora por conhecer pouco o que foi criado e gerado nessa terra tropical. Onde estão as nossas raízes? Quais povos ao longo da história manteve o verdadeiro valor de amar sua terra e fazer em prol dela? E entre aqueles que conservam as riquezas em seu local de origem e os que sugam massivamente os recursos a fim de sanar os luxos de uma pequena classe privilegiada, qual você mais valoriza? No supermercado da globalização só vendem "os enlatados dos EUA" e isso pode ser um forte motivo que nos tornam susceptíveis a preferir os ideias exóticos e a ignorar a essência primitiva.

Por mais "hibrida" que seja sua descendência, o respeito por todo passado de uma terra deve ser primordial pra que se tenha uma vida de harmonia com o espaço, se optar por não usufruir de nada, consideração é o mínimo. No caso de nosso país esse respeito foi mutilado logo na colonização, onde os então "homens brancos predadores" impuseram goela a baixo suas condutas, princípios, valores e tradições. Subjugou aquela despida população nativa e sequer quiseram saber o que aqueles homens da natureza tinham pra oferecer. Vidas, culturas, línguas, costumes e ideais indígenas foram se extinguindo como um jardim atacado por pragas e hoje o horto está infestado de ervas daninhas e raras "flores" da terra. Sobraram poucos, e esses poucos hoje estão sufocados pela modernidade agressiva e possuem as mínimas condições de agir em harmonia com sua mãe terra e passar seus ensinamentos, e dessa forma, o que o nosso povo aprende e cria como certo, vem de fora, embalado pra nos manter alienado.

Porque sua dor de cabeça precisa ser curada com pílulas importadas se os nossos nativos, entrelaçados a natureza, mostravam que toda cura pode advir dela? Quais os interesses que estão por trás e quem esta por trás dessa "maré" que chega até nós?

Por ser o país da miscigenação, o Brasil torna alvo fácil de um bombardeio mundial de condutas culturais. Isso é bom, temos que valorizar essas diversidades, já que é um potencial pra eliminar, na prática, nossos preconceitos. Mas é preciso filtrar, e que não seja levado em conta só as crenças que vem da "elite dominadora".

E você, ama sua pátria? Se sim, reflita por quais feitos? E qual é o ponto de partida no tempo que tomou por base o início da sua nação?

Desculpa de que antes de 500 não era nação não resolve, ou você esta muito orgulhoso de tudo que foi feito nesse quase 512 anos de "Brasil" ? Prefiro levar minha nação muito atrás desse tempo de caravanas e caravelas. E quanto mais antigo vejo esse território, mais me sinto patriota. Não existem nos livros, não nos ensinaram na escola, nossos pais pouco nos contaram e a caixa preta de informações ressalva a importante contribuição dos natos, mas preferiram datar isso, um dia pro índio, um presente de grego. Só 19 de abril e ta bom! E essa pouca corrente de informação que nos chega não é capaz de formar sequer um trailer de que esses guerreiros nativos acumularam! Não de exércitos, impérios, nem poder, mas de evolução de consciência, reflete na cura de nossas inquietações e perturbações, que tanto assombram a sociedade contemporânea. Eles já tinham as respostas para nossas perguntas, perguntas desse mundo cada vez mais globalizado e preocupado em reparar os buracos que ele mesmo vem perfurando. 

E a tão discutida SUSTENTABILIDADE?  Já era tratado por eles de maneira natural. O que o artigo. 225 dispõe sobre o direito do cidadão de um meio ambiente ecologicamente equilibrado com o dever de defender e preservar para as futuras gerações, e que pouco é seguido, eles  já tiravam de letra. A terra tratada como uma herança que deveriam deixar não só para os filhos, mas para todas futuros descendentes. O pequeno índio cresce sendo educado da importância de tudo em sua volta e que a terra, como a vida, é um ciclo. E a partir disso, as explorações eram de idéias e não de recursos.

Por mais que eu queira recuperar o passado de minhas origens, da terra em que vivo e descobrir suas maneiras, vejo que muitas páginas desse livro já foram queimadas e as restantes já se encontram rasgadas, a margens de fragmentos de matas, onde são submetidas a ganância dos "homens brancos predadores" e do capital a sua volta. E esse processo segue a linha de um caracol que já está próximo do centro, abrangendo agora, um restante do ideal indígena já tingido pelo desenfreado sistema econômico. Suas almas boas ainda continuam, mas nossas crianças não aprendem o valor desse povo, e mecanicamente, serão os futuros "homens brancos predadores".  

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